sábado, 10 de janeiro de 2009

Solitariamente feliz


Era sempre assim. Karine se achava suficientemente linda e independente para seguir seu caminho e acabava por agir sem pensar. Naquela tarde não fora diferente. Saiu de casa disposta a terminar mais aquele romance, certa de que voltaria forte e viveria meses, ou até anos, solitariamente feliz.

O encontro acontecera nos mesmos moldes dos anteriores. Um convite, um jantar, duas velas, duas pessoas, alguns olhares, poucos toques, uma conversa, lágrimas e nada mais. Mais e mais. Karine falava por si só. Não, não se fazia egoísta, não deixava de pensar em seu bem. Ao mesmo tempo, era impulsiva, inconstante, exigente e solitariamente feliz.

Com os outros relacionamentos acontecera da mesma forma. Se envolveu, se entregou. O ente amado também. Além. Mas Karine tinha seus poréns, seus limites, seus objetivos e suas vontades. Ah suas vontades! E quando estas resolviam aparecer, a linda jovem de 21 anos não pensava duas vezes e dizia adeus a quem quer que fosse preciso. Fosse um adeus curto, um adeus longo ou até, repetitivo. É que Karina também era insistente. Insistia no amor, na conquista, na esperança. Insistia também nos desafios, nas aventuras e na vontade de ser feliz. Mesmo que solitariamente feliz.

E fora naquele dia que Karine assim fizera por fazer mais uma vez. Fizera por ela. Por elas. Karine não tinha medo nem receio de suas opções. Karine escolhia e ponto final. Mas depois de feita a escolha, ficava ali. No quarto. Nem cantando, nem chorando. Apenas deixando o coração falar. Esparramava-se pela cama que tantos corpos femininos acolheu e deixava com que sua emoção passasse de sentimento à mais uma bela poesia. Karine era assim. Era suficientemente linda, independente, impulsiva, inconstante, exigente insistente, poeta. Karine era solitariamente feliz.

2 comentários:

Anônimo disse...

É impressionante como existe um pouquinho de Karine em cada pessoa. Acredito que é desejo de todo mundo ser feliz. Seja solitariamente, ou não. E é aí que está a graça da vida. Tantas surpresas, desafios, emoções, entregas e despedidas. Tudo isso nos torna exatamente como somos, nem mais e nem menos.

Ricardo Bianchetti disse...

Solitariamente feliz!
xD
já tem sua obra prima nos romances