quinta-feira, 18 de junho de 2009

O sonho não acabou

Ainda me recordo do primeiro dia de aula na faculdade. Fevereiro de 2005 e lá ia eu para um mundo diferente de tudo o que eu já havia vivido em termos educacionais – afinal, para quem estudou em regime militar, qualquer mudança no sistema gera conflitos. Mas ao mesmo tempo, seguia satisfeita e feliz. Lá estava rumo ao sonho de me tornar uma jornalista.

Ao longo do curso realizações, tropeços, conquistas e decepções. A descoberta, literalmente, de um mundo novo. No início algumas coisas repetidas como história, português, sociologia e filosofia (é que em Colégio Militar se aprende estas disciplinas também!). Depois a prática: fotografia, jornal impresso, rádio, TV, revista, site... um leque de opções conspirando a meu favor.

O primeiro estágio. As primeiras descobertas. Tudo isso contribuiu para que a formação se desse da mais perfeita ordem. Passagens por pesquisas, turismo, sindicato e turismo novamente. Experiência com material institucional, revista, jornal, informativo e assessoria de imprensa. A paixão se fez aguçar e fixou-se no turismo – mas não se limitou a isto somente.

12 de dezembro de 2008, a banca. Lá estava Mara Bianchetti defendendo sua monografia, falando sobre ética na cobertura do turismo. Sala lotada, pessoas queridas, um pouco de mau-agouro e dois professores a me avaliar. Lágrimas na leitura da conclusão e uma sabatina incrível de um dos integrantes da banca. Venci.

Em março de 2009 o sonho, enfim. Família reunida, beca impecável e a hora do canudo. Mais um momento ímpar, para fechar com chave de ouro a faculdade dos meus sonhos e o sonho do jornalismo. Agradecimentos a Deus e uma comemoraçãozinha bááásica com os amigos também não faltaram, enfim.

Depois disso vieram os empregos, os novos projetos, algumas pequenas (e outras nem tanto) decepções. O novo laço com o Turismo de Minas, a criação do Panorama Magazine Caiçara e o contato com Jhonny & Alisson. Isso foi surgindo, me completando e fazendo de mim uma jornalista feliz.

Eis que em 17 de junho de 2009, após 13 dias do meu aniversário, no exato dia em que comemoro 2 anos e 2 meses de namoro, a belíssima notícia de que ‘Diploma de jornalismo não é necessário mais para que se exerça a profissão’ neste país chamado Brasil. Surgiu então um misto de desconfiança, desmotivação e quantos mais ‘des’ você quiser imaginar. Mas não, o sonho não acabou. Afinal, se é assim que os Gilmares Mendes querem, eu respondo: mais do que jornalista por formação, sou jornalista por convicção. E tenho dito!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sentimento superfical


Ao ler uma um antigo e-mail, recordei-me de quando recebi aquela mensagem. Não tínhamos (e nem temos) tanto contato, você mal sabe quem eu sou, e muito menos tem obrigação de me agradar. No conteúdo daquela mensagem desabafos, elogios, críticas e sinceridade. Tudo acerca de um sentimento superficial.


Agora me pego aqui, refletindo e concluindo o quanto a vida é sábia e nos apresenta circunstâncias em que conhecemos verdadeiramente as pessoas. É quando menos esperamos que descobrimos quando se trata de um sentimento superficial e quando a admiração, o carinho, o companheirismo, o olhar e o ombro amigo são verdadeiros.


É quando mais precisamos que alguém vira as costas; é quando esperamos por aquele sorriso e por um abraço apertado que outro alguém diz não ter tempo de nos ajudar. É quando queremos sinceridade que o outro se aproveita da situação e monta em nosso sucesso. É quando achamos que quando lá vem mais uma decepção, aquela pessoa (justo ela) demonstra maior compaixão e paixão por nós. É sentimento. É sentimento superficial.


Lembro-me da circunstância em que me enviou o tal e-mail. Eu me senti o máximo, fiquei orgulhosa de mim. Por um momento, um sentimento superficial tomou conta do meu ser. Mas logo em seguida, você, mesmo sem saber, também me puxou a orelha e disse: “não se sinta lisonjeada”. O que eu senti naquele momento transformou-se então em uma gama de sentimentos que nem eu sei explicar. Mas garanto: superficiais não eram.


E de sentimentos são feitas nossas vidas, são feitas nossas existências. Sentimentos de pai para filho, de irmão para irmã, de filha para mãe, de namorado para namorada, de fã para ídolo, de amigo para amigo e muito mais. E nesse meio há o sentimento superficial. Sentimento de pai para filho, de irmão para irmã, de filha para mãe, de namorado para namorada, de fã para ídolo, de amigo para amigo e muito mais. Repito: superficial.


E se toda aquela turbulência passou, digo e reafirmo: é porque é tudo muito superficial. Se especialistas, estudiosos, médicos e afins preocupam-se com o relacionamento on line que se transforma, cada vez mais, em algo superficial, peço licença para dizer-lhes que não é o meio de propagação que torna o sentimento, a comunicação, o relacionamento e o carinho superficiais.

Um sentimento superficial se torna superficial porque em sua essência já se fazia superficial.