terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Simplesmente Amor

E no dia em que Giovana parou para ler as antigas cartas e recordar aquele que fora seu único e verdadeiro amor, a vida dela mudou. A partir daquele momento, ela havia decidido que não mais ficaria ali, a quilômetros de distância daquele que marcara sua vida e seus sonhos.

“Como é que eu pude me deixar levar somente pelo lado profissional? Foram quatro anos de felicidade que eu joguei para o alto em troca de uma vida triste e solitária. Sofisticada, eu sei. Mas nada se compara ao que eu tinha quando estava com ele”.

Foi então que a jovem cientista resolveu largar tudo nos Estados Unidos para voltar ao seu país de origem. De onde jamais deveria ter saído.

“São tantos anos sem trocarmos quaisquer palavras, fotos ou confissões. Será que ele ainda está por lá? Qual será o rumo que sua vida tomou?”, - pensava a gaúcha de 25 anos, enquanto arrumava apressadamente suas malas.

No aeroporto, mal podia esperar para que chamassem o voo com destino ao aeroporto Salgado Filho. Giovana já tinha lido inúmeras revistas, preenchido várias daquelas cadernetas de cruzadas, comprado muitas guloseimas e nada fazia aquela maldita ansiedade passar.

“E se for tarde demais...”, sofria.

[algumas muitas horas depois...]

Ao chegar ao terminal, Diego nem bem imaginava o que deveria encontrar. Foram quatro anos de relacionamento jogados ao léu. Outros cinco anos se passaram e ele nunca mais havia falado com sua amada. Preferiu se distanciar. Viver sua vida. Deixar com que ela vivesse a dela. Fizesse suas tão sonhadas experiências – no sentido mais literal da palavra. Mas quando Dona Ivone telefonou dizendo que a maluca de sua filha havia resolvido largar tudo para retornar aos pampas, aquele advogado bem sucedido e cheio de mulheres aos seus pés não pensou em outra coisa a não ser em ir recepcioná-la. Aos prantos. Da mesma forma como fizera quando ela fora partir.

E a aeronave pousou em solo brasileiro. Pelos corredores de acesso, Giovana vinha apressada, desejando chegar o quanto antes a seu destino final – a casa de seu amado. Na sala de desembarque, Diego impacientemente olhava incontáveis vezes para aqueles relógios que marcam os horários das principais capitais do mundo. Naquele momento, ele só sabia pedir a Deus para que ela chegasse logo e para que eles pudessem voltar a viver aquele grande amor.

De repente, ao cruzar o portal de desembarque com o saguão do aeroporto, eis que Giovana avista seu bem amado. E num ato instantâneo, larga suas malas, ao mesmo tempo em que lhe escorre a mais sincera lágrima pelo rosto. Diego mal podia acreditar no que estava vendo. Enfim o momento pelo qual ele tanto esperou. Tomou a mulher de sua vida em seus braços e lhe sussurrou ao ouvido:

“Por mais tempo que pudesse demorar. Por mais que meu coração pudesse sofrer. Eu sabia que um dia você voltaria para mim”.

Um comentário:

Cristina Izabel disse...

Quase chorei. Bela crônica.