
Roberto não tinha consciência do que falava, do que sentia ou do que fazia seus companheiros sentir. Falava aos quatro ventos, agia sem antes pensar duas vezes e magoava a quem estivesse ao seu redor. Talvez ‘magoar’ não fosse a expressão correta. Ele fazia mesmo era indignar, tomar birra, se enojar. Isso não era bom para sua pessoa. Tão logo poderia se tornar alguém importante. Pessoa famosa, profissional a se espelhar ou um simples pai de família. Mas Roberto não pensava nesses detalhes. Pensava no que podia fazer para subir na vida. Pisava nas pessoas. Inventava fatos. Aumentava e explorava situações. Até que um dia, conseguiu alcançar seu objetivo. Fora promovido, recebeu o devido mérito, recebeu a notícia que seria pai, foi convidado para um grande programa de televisão, ou sei lá o quê. O problema disso tudo é que Roberto não desfrutou de sua conquista – se é que podemos classificar aquilo como conquista. É que tão logo ao receber a notícia, ele morreu. E ao morrer, descobriu que a vida ia além de seus caprichos. Descobriu que por seus atos passou a ser ignorado, desprezado e muito mais. E então ele viu que nada daquilo adiantou. O recomeço? Roberto percebeu que demoraria alguns muitos anos para alcançar. Então resolveu seguir em frente, encarar os erros e pediu para voltar em situação inferior, a fim de resgatar o tempo que perdeu. O resultado? Lá está Roberto, cometendo os mesmos erros, com as mesmas pessoas, no mesmo lugar. Seu próximo destino? A sorte. Ou a morte! É o ciclo a recomeçar!