terça-feira, 26 de outubro de 2010

Roberto

Roberto não tinha consciência do que falava, do que sentia ou do que fazia seus companheiros sentir. Falava aos quatro ventos, agia sem antes pensar duas vezes e magoava a quem estivesse ao seu redor. Talvez ‘magoar’ não fosse a expressão correta. Ele fazia mesmo era indignar, tomar birra, se enojar. Isso não era bom para sua pessoa. Tão logo poderia se tornar alguém importante. Pessoa famosa, profissional a se espelhar ou um simples pai de família. Mas Roberto não pensava nesses detalhes. Pensava no que podia fazer para subir na vida. Pisava nas pessoas. Inventava fatos. Aumentava e explorava situações. Até que um dia, conseguiu alcançar seu objetivo. Fora promovido, recebeu o devido mérito, recebeu a notícia que seria pai, foi convidado para um grande programa de televisão, ou sei lá o quê. O problema disso tudo é que Roberto não desfrutou de sua conquista – se é que podemos classificar aquilo como conquista. É que tão logo ao receber a notícia, ele morreu. E ao morrer, descobriu que a vida ia além de seus caprichos. Descobriu que por seus atos passou a ser ignorado, desprezado e muito mais. E então ele viu que nada daquilo adiantou. O recomeço? Roberto percebeu que demoraria alguns muitos anos para alcançar. Então resolveu seguir em frente, encarar os erros e pediu para voltar em situação inferior, a fim de resgatar o tempo que perdeu. O resultado? Lá está Roberto, cometendo os mesmos erros, com as mesmas pessoas, no mesmo lugar. Seu próximo destino? A sorte. Ou a morte! É o ciclo a recomeçar!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

"Minas é o nosso negócio"

Quem diria. Eu que por outros tantos motivos, escolhi seguir carreira jornalística, também por não gostar de matemática, fui parar logo em um jornal especializado em economia.

No próximo mês, completo um ano de casa. Lembro-me ainda hoje, do meu primeiro dia naquela redação. Tensa, inexperiente e, digamos, um pouco receosa, fui logo avisando ao chefe de reportagem que não sabia muito sobre o assunto e que não tinha experiência alguma na área. Ele me respondeu de prontidão: “mas ninguém entra aqui sabendo tudo de economia. Eu, por exemplo, quando cheguei, não sabia nada”.

E foi mesmo assim. Hoje, às vésperas de completar meu primeiro ano na empresa, vejo o quanto já aprendi e o quanto ainda posso aprender. Como jornalista, sei que estou crescendo muito e que tenho ampliado bastante meus conhecimentos sobre a área. Mas mais ainda. Como pessoa, sinto que estou me tornando mais culta e mais consciente sobre os inúmeros fatores econômicos que influenciam em minha vida e na das pessoas ao meu redor.

O Diário do Comércio é assim. Fala de economia. Fala de Minas. Fala da economia mineira. Da movimentação dos shoppings em um feriado até o aumento da invasão dos produtos chineses no país. Isso tudo, passando por comércio imobiliário, grandes e pequenas empresas genuinamente mineiras, taxa de ocupação dos hotéis da capital, feiras de negócios, mineração, siderurgia, geração de emprego, abertura e fechamento de empresas, produção de calçados, movimentação política, indústria têxtil, venda de embalagens, desempenho dos supermercados, entre outros assuntos.

Viu só? Minas é realmente o negócio do jornal. E economia mineira, há um ano, é o meu negócio!


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Lembro

Lembro-me como se fosse hoje, daquela Festa Agropecuária de Barbacena em 2006. Eu saindo de Belo Horizonte rumo à minha terra natal para assistir ao show da minha banda favorita. Naquela época, meu sonho era conhecer vocês e peguei a estrada na expectativa de que ele se realizaria naquele dia. Doce ilusão.

Procurei um amigo do meu pai na cidade, radialista, e o máximo que consegui com ele, foi participar da programação da rádio ao vivo, falando sobre o meu amor por vocês. Mas valeu.

Começou o show e lá estava eu, com uma amiga e uma prima, na frente de todos, pronta para vê-los arrebentar. Vocês entraram no palco e não deixaram a desejar. Fizeram um show maravilhoso, de deixar qualquer fã alucinada.

Não posso me esquecer do momento em que implorei para minha prima e então, ela aceitou me subir em seus ombros. Fiquei empoleirada ali durante todo o tempo em que Tuca cantou “Quando Deus te desenhou”. Vocês não podem imaginar minha euforia quando ele pegou na minha mãe e completou... “ele estava namorando”. Ridículo, não?! Que nada. Algo que me parecia tão distante, tão impossível, tão.... sei lá! Estava acontecendo.

Mas o show terminou e o no fim, o que eu consegui foi, através de brigas delicadas com algumas meninas ao redor, sair com uma toalhinha de cada. Uma de Manno. Uma de Beto. E uma de Tuca. Foi demais.

De lá para cá muita coisa aconteceu. Cerca de cinco ou seis meses depois, eu finalmente os conheci, em Sete Lagoas, e nossa relação foi se estreitando um pouquinho a cada show. E olha que foram muitos shows ao longo desses quatro anos!

Recordo-me ainda que em um dos últimos shows da minha banda preferida, conversando com meus amigos da equipe técnica, Lyon e Carlitos, comentei que gostaria muito de um novo show em Barbacena. Para recordar. Para viver. Viver tudo aquilo que não foi possível realizar na primeira oportunidade.

E eis que na última quarta-feira, dia 29/09, minha mãe lança uma singela mensagem em seu twitter: “Festa das Rosas em Barbacena vai bombar. Prepare-se @marabianchetti, teremos show com @Jammil”. Não há como descrever minha reação. Mesmo em meio à redação, comecei a tremer e a convidar a todos os colegas para o show da minha banda predileta na minha terra natal. Ninguém aceitou ir. Não sei se o motivo é aquela velha história de que jornalista que é jornalista gosta é de MPB ou se eles não gostam mesmo é do frio que faz lá em Barbacena. Mas o que importa é que na próxima semana, estaremos todos lá. Eu, vocês e o meu eterno carinho pela família Jammil e Uma Noites!